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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

PANTEÃO CELTA

De modo geral, o termo celta aplica-se aos povos que viveram na Grã-Bretanha e na Europa Ocidental entre 2000 a.C. e 400 d.C.. Eram civilizações da Idade do Ferro, habitantes sobretudo de pequenas aldeias lideradas por chefes guerreiros. Os celtas da Europa continental não deixaram registro escrito, mas conhecemos seus deuses através dos conquistadores romanos, que estabeleceram elos entre muitas dessas divindades e seus próprios deuses. Por exemplo, o deus do trovão Taranis era o equivalente do Júpiter romano, e várias outras divindades locais eram equiparadas a Marte, Mercúrio e Apolo. Os povos do País de Gales e da Irlanda também deixaram uma mitologia muito rica e muitas de suas lendas foram escritas durante a Idade Média.
A mitologia celta pode ser dividida em três subgrupos principais de crenças relacionadas.
  • Goidélica - irlandesa e escocesa 
  • Britânica Insular - galesa e da cornuália 
  • Britânica Continental - Europa continental
É importante manter em mente que a cultura celta (e suas religiões) não são tão contíguas ou homogêneas quanto foram a cultura romana ou grega por exemplo. Nossos conhecimentos atuais determinam que cada tribo ao longo da vasta área de influência céltica tinha suas próprias divindades. Dos mais de trezentos deuses celtas, poucos efetivamente eram adorados em comum.

Ritos Celtas:
Os primeiros celtas não construíam templos para a adoração de seus deuses, mas mantinham altares em bosques (de Nemeton) dedicados a serem locais de adoração. Algumas árvores eram consideradas elas próprias sagradas. A importância das árvores na religião celta pode ser mostrada pelo fato que o nome da tribo dos Eburônios contém uma referência a yew tree, e nomes como Mac Cuillin (filho de acebo), e Mac Ibar (filho de yew) aparecem nos mitos irlandeses. Apenas durante o período de influência romana os celtas começaram a construir templos, um hábito que foi passado às tribos germânicas que os suplantaram.

Escritores romanos insistiam que o sacrifício humano era praticado pelos celtas em larga escala e há indícios dessa possibilidade vindos de achados na Irlanda, no entanto a maior parte da informação sobre isso veio de rumores de "segunda mão" que chegavam a Roma. São muito poucas as descobertas arqueológicas que substanciam o processo de sacrifício e assim os historiadores modernos consideram que os sacrifícios humanos eram um acontecimento extremamente raro nas culturas celtas.

Mas havia também, no entanto, um culto guerreiro centrado nas cabeças cortadas de seus inimigos. Os celtas muniam seus mortos de armas e outros pertences, o que indica que acreditavam na vida após a morte. Depois do funeral, eles também cortavam a cabeça do morto e esmagavam seu crânio para evitar que seu espírito permanecesse preso.

Nenhuma menção aos cultos celtas pode deixar de descrever os druidas. Esses sacerdotes representam simplesmente a classe mais ou menos hereditária de xamãs, característica de todas as sociedades indo-europeias antigas. Em outras palavras, eles são o equivalente a casta brâmane indiana ou aos magi persas, e como estes um especialista nas práticas de magia, sacrifício e augúrio. Eles eram conhecidos por ser particularmente associados a carvalhos e trufas; essas últimas talvez usadas na confecção de medicamentos ou alucinógenos. Outra figura importante na manutenção das lendas célticas era o bardo, aquele que, através de suas músicas, difundia os feitos de bravura dos heróis do passado. Desse ponto de vista, a cultura celta não foi uma cultura histórica - do ponto de vista que não teve história escrita (ainda que os celtas possuíssem formas rudimentares de escrita, baseadas em traços verticais e horizontais). Suas histórias eram transmitidas oralmente, e os bardos eram particularmente bons nisso já que, uma vez que suas histórias eram musicadas, tornava-se fácil lembrar das palavras exatas que as compunham. Além disso, eles podem ter sido considerados uma espécie de profetas. O historiador Estrabo descreveu-os como "vates", palavra que significa inspirado, estasiado. É possível que a sociedade céltica tivesse, além da religião taumatúrgica e ritualística dos druidas, um elemento de comunicação estásica com o Além.

Deuses Celtas:
Áine: Deusa do amor, da fertilidade e do verão. Rainha dos reinos feéricos dos Tuatha de Danann, conhecida como "Cnoc Áine" (Monte de Áine) é a soberana da terra e do sol, associada ao solstício de verão, às flores e as fontes de água. Áine (pronuncia-se Enya) - filha de Manannán Mac Lir - representa a luz brilhante do verão. Como uma Deusa solar, podia assumir a forma de uma égua vermelha.

Angus Mac Og / Oengus: Deus da juventude, do amor, da beleza e da inspiração poética, um Tuatha de Danann. Era filho de Dagda e Boann e, assim como o pai, possuía uma harpa mágica, que produzia um som doce e irresistível. Foi associado à "Brugh na Bóinne" (Newgrange - Irlanda). Angus se apaixonou por uma linda jovem do Sídhe, mas somente a via em sonhos. Essa é uma lenda que faz parte do Ciclo Mitológico Irlandês, conhecida como: o Sonho de Oengus.

Badb: Deusa da guerra, dos campos de batalha e das profecias. Era conhecida como: o Corvo de Batalha ou a Gralha Escaldada. Com suas irmãs, Macha e Morrighan, formava um trio de Deusas guerreiras, as filhas da Deusa-mãe Ernmas, que morreu em "A Primeira Batalha de Magh Turedh", conto que descreve como os Tuatha Dé Danann tomaram a Irlanda dos Fir Bolg. Badb rege a morte, a sabedoria e a transformação.

Bilé: Considerado o pai dos Deuses e dos homens. Companheiro de Dana e pai de Dagda, o principal líder dos Tuatha Dé Danann. Alguns mitos dizem que ele era o antepassado dos Milesianos, último grupo de soldados liderados por Mil Espáine, que invadiram a Irlanda na época de Beltane e derrotaram os Tuatha de Danann. Bilé é o Deus do Outro Mundo, considerado o "primeiro ancestral", associado às fogueiras da purificação. Na tradição irlandesa "Bilé" significa "Árvore Sagrada", que pode representar uma árvore real ou um ponto de referência central a um local religioso ou altar.

Brigit / Brigid / Brighid / Brig: Deusa reverenciada pelos Bardos, tanto na Irlanda como na antiga Bretanha, cujo nome significa "Luminosa, Poderosa e Brilhante". Brighid, a Senhora da Inspiração, era filha de Dagda, associada à Imbolc e as águas doces de poços ou fontes, que ficam próximos às colinas. É a Deusa do fogo, da cura, do lar, da fertilidade, da poesia e da arte, especialmente a dos metais. Brighid também é uma Deusa guerreira, conhecida como "Bríg Ambue", a protetora soberana dos Fianna. Brighid era consorte de Bres e mãe de Ruadan, que foi morto ao espionar os Fomorianos. Ela sentiu profundamente a morte do filho, dando origem ao primeiro lamento poético de luto irlandês, conhecido como keening.

Boann / Boand / Boyne: Deusa que deu nome ao rio Boyne, na Irlanda, descrito nos poemas "Dindshenchas" - lendas relacionadas à origem dos nomes dos lugares sagrados da Irlanda - do Ciclo Mitológico Irlandês e na lenda do "Salmão da Sabedoria". Ela era esposa de Nechtan, o Deus do rio. Também é mãe de Angus Mac Og com o grande Dagda. Para esconder o adultério de Boann, Dagda usou o seu poder para esconder a gravidez de Boann, fazendo uma viagem de nove meses parecer ser de apenas em um dia e uma noite. É a deusa da fertilidade, da abundância e da prosperidade.

Cailleach: É a Deusa da terra e das rochas, diz a lenda que ela criou os morros e as montanhas a sua volta, ao atirar pedras em um inimigo. Na mitologia irlandesa e escocesa é conhecida também como a "Cailleach Bheur", que significa mulher velha, às vezes, descrita de capuz com o rosto azul-cinzento. Geralmente é vista como a Deusa da última colheita (Samhain), dos ventos frios e das mudanças, aquela que controla as estações do ano, Senhora das pedras e do inverno, mais antiga que o próprio tempo.

Dagda: Deus da magia, da poesia, da música, da abundância e da fertilidade. No folclore irlandês, Dagda era chamado de "O Bom Deus", possuía todas as habilidades sendo bom em tudo, "Eochaid Ollathair" (Pai de todos) e "Ruad Rofhessa" (Senhor de Grande Sabedoria), considerado mestre de todos os ofícios e senhor de todos os conhecimentos. Consorte de Boann, teve vários filhos, entre eles Brighid, Angus, Midir, Finnbarr e Bodb, o Vermelho. Dagda tinha um caldeirão mágico, o Caldeirão da Abundância, que nunca se esvaziava e uma harpa de carvalho chamada "Uaithne", que fazia com que as estações mudassem, quando assim o ordenasse. Além disso, tinha um casal de porcos mágicos que podiam ser comidos várias vezes e que sempre reviviam, bem como, um pomar que, independente da estação, dava frutos o ano todo.

Dana / Danu / Danann: Considerada a principal Deusa Mãe da Irlanda e do maior grupo de Deuses, os Tuatha Dé Danann, o Povo de Dana ou o Povo Mágico (Daoine Sidhe), a tribo dos seres feéricos. Às vezes, identificada como Anu ou Ana, seu nome significa conhecimento. Era consorte de Bilé e mãe de Dagda. Em Munster, na Irlanda, Dana foi associada a dois morros de cume arredondados, chamados de "Dá Chich Anann" ou "Seios de Ana", por se parecem com dois seios. É a Deusa da fertilidade, da terra e da abundância.

Dian Cecht / Diancecht: Deus da cura foi o grande médico e curador dos Tuatha Dé Danann, responsável pela restauração do braço de Nuada por um outro braço de prata. Diancecht era irmão de Dagda e teve vários filhos, entre eles Airmid, Etan, Cian, Cethé, Cu e Miach. Seu nome significa "Rápido no poder".

Erin / Eriu: Filha de Fiachna e Ernmas, descrito no Lebor Gabála Érenn (Livro das Invasões). Junto com suas irmãs Banba e Fotla, Erin era uma das três rainhas dos Tuatha Dé Danann, que deu seu nome à Irlanda, através de uma promessa feita por Amergin, após a invasão dos Milesianos.

Flidais: Deusa da floresta, dos bosques, da caça e das criaturas selvagens, representa a força da fertilidade e da abundância. Viajava numa carruagem puxada por cervos e tinha uma vaca mágica que dava muito leite. Seu nome significa "Doar", elucidado no conto de "Táin Bó Flidais" - O Roubo do Gado de Flidais, da saga do "Táin Bó Cuailnge". Tinha o poder de se metamorfosear na forma de qualquer animal.

Goibniu / Goibhniu: Era o grande ferreiro, construtor e mestre da magia. Goibniu, junto com Credne e Luchta, formavam os três artesãos divinos, conhecidos como os "Trí Dé Dána". Foi quem forjou todas as armas dos Tuatha Dé Danann e criou o novo braço para o rei Nuada. Suas armas sempre atingiam o alvo e a ferida provocada por elas, era fatal. Deus dos ferreiros, das habilidades culinárias e do trabalho com metais em geral.

Lir / Lear: No folclore irlandês, Lir era o Deus do mar, considerado também, o Senhor do submundo (o mundo dos ancestrais), da magia e da cura. Lir era pai de Manannán Mac Lir e das crianças Fiachra, Conn, Fingula e Aod, que foram transformadas em cisnes por causa do ciúme da sua madrasta Oifa, nos contos do Ciclo Mitológico Irlandês, conhecido como: O Destino dos Filhos de Lir.

Lugh / Lug / Lugus: Um dos grandes heróis da mitologia irlandesa, Lugh era filho de Cian (neto por parte dos Dananns de Dian Cecht) e de Ethniu, filha de Balor, rei dos Fomorianos. Uma profecia dizia que Balor seria morto por seu neto. Para evitar esse destino, mandou dar fim nos netos, mas Lugh sobreviveu e foi criado por Tailtiu, sua mãe adotiva e tutelado por Manannán. Sua festividade é Lughnasadh, a festa da primeira colheita. Ficou conhecido como "Lugh Lámfada" - Lugh dos braços longos e "Lugh Samildanach" - Lugh, o artesão múltiplo. Lugh é o Deus dos ferreiros, cujo domínio incluía a magia, as artes e todos os ofícios em geral, seu nome significa "Luz" - brilhante como o Sol. Guardião da espada mágica e da lança invencível, vinda da cidade de Gorias, um dos quatro tesouros dos Tuatha Dé Danann.

Macha: Deusa da fertilidade e da guerra, filha de Ernmas, junto com as irmãs Badb e Morrighan, podia lançar feitiços sobre os campos de guerra. Após uma batalha os guerreiros cortavam as cabeças dos inimigos e ofereciam a Macha, sendo este costume chamado de a "Colheita de Macha". É a Deusa dos equinos, que durante a gravidez foi forçada a uma corrida de cavalos. Quando chegou ao final, entrou em trabalho de parto e deu à luz a gêmeos. Antes de morrer, Macha colocou uma maldição sobre os homens da província para que em tempos de opressão e maior necessidade, eles sofreriam dores como as de um parto.

Manannán Mac Lir: Filho de Lir, associado ao mar e ao Outro Mundo, homenageado como uma das principais divindades ctônicas e marítimas, além de reverenciado como protetor dos marinheiros. Viaja pelo mar muito mais rápido que o vento em um barco mágico puxado por um cavalo branco chamado Enbharr, que significa "Espuma de água". Mestre na mudança de forma e da magia. Ele reside em Emhain Abhlach, a planície das maçãs e governa as ilhas bem-aventuradas. Quando os Dananns foram derrotados pelos Milesianos, foi Manannán quem os levou à Tir na nÓg, através de colinas subterrâneas, o Sídhe. Manannán é o Psicopompo, o condutor que possui a armadura impenetrável, a capa mágica do esquecimento e da invisibilidade, o ramo de prata e a taça da verdade.

Morrigu / Morrigan / Morrighan: É a Grande Rainha "Mor Rioghain", na mitologia irlandesa, da tribo dos Tuatha Dé Danann. Senhora da Guerra, possuía uma forma mutável e o poder mágico de predizer o futuro. Reinava sobre os campos de batalha e junto com suas irmãs Badb e Macha eram conhecidas pelo nome de "Três Morrígans", relacionadas à triplicidade que, para os celtas, significava a intensificação do poder. Associada aos corvos, o lobo, ao mar e as fadas, além da associação à Maeve, rainha de Connacht, casada com o rei Ailill e a Morgana, das lendas arthurianas. Podia mudar sua aparência à vontade, como em um lobo cinza avermelhado. Nos mitos relacionou-se com Dagda e apaixonou-se pelo grande herói celta, CuChulainn, que despertou toda sua fúria, ao rejeitá-la. Deusa da morte e do renascimento, da fertilidade, do amor físico e da justiça.

Nuada: No folclore irlandês, era reverenciado como rei e grande líder dos Tuatha Dé Danann. Possuía uma espada invencível, vindo da cidade de Findias e que fazia parte dos Tesouros de Dananns. Na primeira Batalha de Magh Turedh perdeu o braço ou a mão, órgão que foi restituído, mas fez com que ele perdesse o trono da tribo. Ficou conhecido como "Nuada, Braço de Prata" ou "Nuada, Mão de Prata". Nuada era o Deus da justiça, cura e renascimento; irmão de Dagda e Dian Cecht.

Ogma / Oghma: Deus da eloqüência, da vidência e mestre da poesia que, na tradição irlandesa, segundo o "Livro de Ballymote", foi quem inventou o alfabeto oracular "Ogham", utilizado pelos antigos Druidas, baseado em árvores sagradas. Ogma, meio-irmão de Dagda, Bres e Lugh, era um guerreiro, retratado como um ancião com sorriso no rosto, vestindo casaco de pele e carregando um arco e bastão.

Scathach / Scatha / Scath: Seu nome significa a "Sombra", aquela que combate o medo. Deusa guerreira e profetisa que viveu na Ilha de Skye, na Escócia. Ensinava artes marciais para guerreiros que tinham coragem suficiente para treinar com ela, pois era dura e impiedosa. Considerada a maior guerreira de todos os tempos foi a responsável por treinar CuChulainn.

Arawn: É o rei de Annwn ou Annwfn (Outro Mundo), o submundo na tradição galesa, que é visto como um castelo sobre o mar, "Caer Siddi" - Fortaleza de Fadas ou "Caer Wydyr" - Palácio de Vidro. Como Tir na nÓg, Annwn era um lugar de doçura e encanto. Arawn possuía um caldeirão mágico, descrito no poema do Bardo Taliesin, em "Os Espólios de Annwn", em que descreve a viagem de Arthur e seus companheiros, ao Outro Mundo, para resgatarem o Caldeirão da Abundância.

Arianrhod: Era filha de Dôn e Belenos, irmã de Gwydion, seu nome significa "A Roda de Prata", a virgem que dá à luz os filhos Lleu e Dylan, depois de passar num teste de magia feito pelo seu tio, Math. Arianrhod é a Deusa das iniciações, da terra e da fertilidade, na tradição galesa. Senhora do renascimento, vivia num castelo estelar chamado "Caer Arianrhod", associada à constelação Corona Borealis, retratada nos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".

Arddhu / Atho: O "Escuro" no folclore galês, que representa Green Man, o Deus da natureza - o Grande Corvo Divino - uma divindade que habitava as matas e as florestas. Deus dos bosques e animais, da fertilidade e da renovação. É representado por um homem com o rosto todo coberto por folhas verdes, descrito no romance Arthuriano em "Sir Gawain e o Cavaleiro Verde".

Blodeuwedd / Blodeuedd: Foi feita a partir de nove tipos de flores silvestres, por Math e Gwydion, para ser a esposa de Lleu (filho de Arianrhod), que depois foi transformada em coruja por causa da sua traição contra o marido. Seu nome significa "Rosto de Flor", representada muitas vezes, como um lírio branco. Deusa do amanhecer nos mitos galeses, é retratada nos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".

Bran: O "Abençoado", Bran era um dos grandes heróis do ciclo galês. Filho de Llyr, irmão de Manawydan e Branwen. Bran era um gigante, muito mais alto que uma árvore. Ao ser mortalmente ferido na coxa em um combate e, por ser muito grande, pediu que cortassem sua cabeça, que se manteve viva por algum tempo. Bran possuía o Caldeirão do Renascimento, com propriedades de restaurar a vida dos mortos. Associado aos corvos, Bran é o Deus da guerra, da caça e da música.

Branwen: Era esposa do rei da Irlanda Matholwch, que foi punida pelo marido ao insultar o povo irlandês, mutilando seus cavalos. Branwen foi obrigada a trabalhar como copeira e da sua cozinha-prisão, treinou um estorninho para levar mensagens de volta ao País de Gales, descrevendo sua situação e pedindo ajuda. Bran liderou uma expedição para resgatá-la, mas foi ferido mortalmente e Branwen morreu de tristeza ao saber. Branwen é a Deusa galesa do amor, da soberania e da justiça, descrita nos contos do Mabinogion em "Branwen, a Filha de Llyr".

Beli: É consorte de Dôn, conhecido também como Beli Mawr. Beli é um antigo Deus galês, considerado como um grande líder e o maior ancestral dos galeses. Corresponde a Belenus para os gauleses e Bilé para os irlandeses.

Cerridwen / Ceridwen / Kerridwen: Esposa de Tegid Voel, o Calvo, mãe da linda donzela, Creirwy, Morvran e do feio rapaz, Afagddu. As lendas nos contam que Merlin pode ter sido o sucessor do Bardo Taliesin que, na forma de Gwyon, nascera de Cerridwen e se tornara um grande mago, após tomar, acidentalmente, algumas gotas da poção do conhecimento que Cerridwen preparava para o filho Afagddu, no Caldeirão da Inspiração ao despertar a Awen, descrito em "Taliesin". Por isso, os Bardos galeses chamavam a si mesmos de "Cerddorion", os filhos de Cerridwen. O caldeirão é um dos principais símbolos de Cerridwen, associado à fertilidade, a regeneração, a mudança de forma e ao renascimento.

Dôn: A Deusa-mãe galesa é consorte de Beli, filha de Mathonwy e irmã de Math, nos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy". Dôn era mãe de Amathon, Arianrhod, Gilvaethwy, Govannon, Gwydion e Nudd. É considerada Deusa da terra, da fertilidade e da abundância.

Dylan: Filho das ondas do mar, o menino dos cabelos de ouro é o Deus do mar para os antigos galeses. Filho de Arianrhod, irmão gêmeo de Lleu e sobrinho de Gwydion. Seu símbolo é um peixe prateado, dos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".

Gwydion: Filho de Dôn foi o grande Druida dos Deuses, mestre da magia e das ilusões. Regia as mudanças de forma, a poesia e a música. Gwydion era irmão de Arianrhod e provavelmente, pai dos seus filhos, Lleu e Dylan. Foi ele quem ajudou Lleu a superar as maldições da sua mãe, além de ajudar a criar uma esposa (Blodeuwedd) para o sobrinho, do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".


Modron: Deusa-mãe galesa, seu nome significa "Mãe". Modron era a mãe de Mabon, mencionado no conto de "Culhwch e Olwen". É a Deusa da terra e da fertilidade.

Lleu: Era irmão gêmeo de Dylan, filho de Arianrhod, sobrinho de Gwydion e consorte de Blodeuwedd. Deus da terra, seu nome significa "Luz" e foi associado ao Sol, nos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".

Llyr: Antigo Deus galês do mar, equivalente a Lir, o Deus irlandês do mar. Consorte de Penardun, filha de Dôn, é o pai de Manawydan, - descrito nos contos do Mabinogion em "Manawyddan, o Filho de Llyr" - Bran e Branwen.

Mabon: Deus da juventude, do amor e das nascentes dos rios. Mabon era filho da Deusa Modron e de acordo com os mitos galeses, foi sequestrado de sua mãe, quando tinha apenas três noites de vida, conforme os contos do Mabinogion em "Culhwch e Olwen". É ele quem ajuda Arthur na caça ao javali com sua magia, após ser libertado de "Caer Loyw", o Castelo Brilhante. (Mesmo nome do Sabbat de Mabon, porém são totalmente diferentes e não tem qualquer ligação).

Rhiannon: A grande rainha dos galeses, a Rigantona. Rhiannon era a protetora dos cavalos e das aves. É a Deusa dos encantamentos e da fertilidade, equivalente a Macha, na mitologia irlandesa e Epona, na mitologia gaulesa. Rhiannon teve seu filho roubado logo que ele nasceu e foi acusada, injustamente, por sua morte. O bebê foi achado, anos depois e restituído a sua mãe, que passou a chamá-lo de Pryderi, descrito nos contos do Mabinogion em "Pwyll, Príncipe de Dyfed".

Bel / Belenus / Belenos: Seu nome significa "Brilhante", é considerado o Deus do fogo e da luz, nos mitos gauleses. Belenos dá seu nome ao festival de Beltane e está relacionado às fogueiras que são acesas em colinas para promover a purificação. Foi associado à Beli na tradição galesa e a Bilé na tradição irlandesa.

Cernunnos: Um dos mais antigos Deuses celtas, encontrado tanto entre os celtas continentais como os insulares. Deus da fertilidade, dos animais, do amor físico, da natureza, dos bosques e da abundância. Seu nome é pronunciado como se tivesse um "k" - Kernunnos. É representado por um homem sentado na posição de lótus, cabelo comprido, de barba, nu e usando apenas um torque (colar celta) no pescoço ou ainda por um homem de chifres, como no Caldeirão de Gundestrup, que tem os seguintes símbolos: um torque em sua mão direita e a serpente na mão esquerda, rodeado por um veado à sua direita e um javali à sua esquerda. Cernunnos é o Guardião do Mundo Verde, conhecido como Green Man.

Epona: Deusa gaulesa protetora dos cavalos, seu nome significa "Cavalo". Foi representada montada num cavalo ou numa égua, rodeada por potros e cavalos. Epona é a Deusa da fertilidade, da maternidade, da abundância e dos animais, associada a proteção, prestígio e poder. Podemos identificá-la com Rhiannon, na tradição galesa, e Macha, na tradição irlandesa.

Sucellus: Deus gaulês da fertilidade, da cura e das florestas. Considerado como o rei dos Deuses na mitologia gaulesa, seu nome significa "Atacante". Usava uma coroa de folhas na cabeça, acompanhado por um cão de caça e carregava um grande martelo, usado para bater na terra e acordar as plantas, anunciando o início da primavera.

Taranis / Taranos: É do Deus do trovão e dos relâmpagos, na mitologia gaulesa. Dizem as lendas que Taranis cruzava os céus numa carruagem de fogo, produzindo raios através das fagulhas que saíam dos cascos dos cavalos e o ruído do trovão através das rodas da carruagem. Mestre da guerra, seu símbolo é a roda, e que junto com Teutates e Esus formavam uma tríade das principais divindades guerreiras da Gália.

Irmandade Satanista Tradicional (IST)